qui 1:31
perseguida por e-mails notificações pensamento obsessivo em baratas coloridas espelhos de corpo inteiro reflexos superfícies terrestres em escama de peixe suor fome um telegrama dos anos 70 revela o paradeiro dos resistentes, um morreu sob tortura outro resistiu p/ suicidar-se em Berlim, viciada em açúcar branco puro, dentes brancos, telas brancas, perco a estação do metrô, agrada o cheiro de máquina espremida, cubo de metal, não saber se dia ou noite, alongamento nas barras de apoio, intuito secreto de esbarrar nos passageiros apertados, inútil paisagem no rosto de clara, as costas esticadas, se pendura na barra p/ não cairmos juntas em escala de dominó, se ele pregasse uma peça, se ela abrisse o guarda chuva, se alguém resolvesse sentar no chão, rolar, deitar, talvez um toque de dedos, talvez um esbarrão de bolsa, talvez uma implosão de mascarados, talvez gás lacrimogêneo, falta de ar coletiva (a porta se abrindo) caíamos desmaiados um a um, a estação da Cinelândia já fechada por medida de segurança, quando o ar aliviasse escutaríamos a trilha sonora do metrô, passarinhos e flautas, a segurança não permite filmar, não podemos denegrir a imagem da empresa, PROIBIDO SUICIDAR-SE, abatimento de bois em montagem eisensteiniana, o susto e a alegria do choque, depois vertov, saímos da estação já de manhã, as janelas se abrindo, os comerciantes chegando, café, pessoas nas paradas de ônibus, café, passo apressado, café, roupa de trabalho, café, a cidade acorda afobada com um sonho estranho de correria, tapume quebrado, as agências bancárias hermeticamente fechadas como panela de pressão
merda, não posso dizer que sonhei ontem, a arcada dentária sempre denuncia, esse bruxismo frenético, esse defeito de falar dormindo
perseguida por e-mails notificações pensamento obsessivo em baratas coloridas espelhos de corpo inteiro reflexos superfícies terrestres em escama de peixe suor fome um telegrama dos anos 70 revela o paradeiro dos resistentes, um morreu sob tortura outro resistiu p/ suicidar-se em Berlim, viciada em açúcar branco puro, dentes brancos, telas brancas, perco a estação do metrô, agrada o cheiro de máquina espremida, cubo de metal, não saber se dia ou noite, alongamento nas barras de apoio, intuito secreto de esbarrar nos passageiros apertados, inútil paisagem no rosto de clara, as costas esticadas, se pendura na barra p/ não cairmos juntas em escala de dominó, se ele pregasse uma peça, se ela abrisse o guarda chuva, se alguém resolvesse sentar no chão, rolar, deitar, talvez um toque de dedos, talvez um esbarrão de bolsa, talvez uma implosão de mascarados, talvez gás lacrimogêneo, falta de ar coletiva (a porta se abrindo) caíamos desmaiados um a um, a estação da Cinelândia já fechada por medida de segurança, quando o ar aliviasse escutaríamos a trilha sonora do metrô, passarinhos e flautas, a segurança não permite filmar, não podemos denegrir a imagem da empresa, PROIBIDO SUICIDAR-SE, abatimento de bois em montagem eisensteiniana, o susto e a alegria do choque, depois vertov, saímos da estação já de manhã, as janelas se abrindo, os comerciantes chegando, café, pessoas nas paradas de ônibus, café, passo apressado, café, roupa de trabalho, café, a cidade acorda afobada com um sonho estranho de correria, tapume quebrado, as agências bancárias hermeticamente fechadas como panela de pressão
merda, não posso dizer que sonhei ontem, a arcada dentária sempre denuncia, esse bruxismo frenético, esse defeito de falar dormindo
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