quinta-feira, 18 de setembro de 2014

dom 1:42

nem começou o domingo (12 de julho de 2014) já são 28 presos, 16 provas apreendidas: roupas pretas, bandeiras anarquistas, bandeiras do movimento estudantil popular revolucionário, panfletos e máscaras de gás, uma mensagem de texto avisa: muita polícia na Saens Pena, vamos pela São Francisco Xavier? já ouço o som do bloco, sirene, trompete, estalinho, bumbo, cabeção de nego, rojão, rígidas as armaduras para não sucumbir ao canto da sereia, pego na mão do policial e mostro meus peitos, vamos brincar que festa de São João é carnaval? esse ano comprei um colar de conchas e uns panos azuis no Saara, saí de biquine, os panos feito canga, sou rainha do mar, lantejolas azul cor de piscina, do mar desse centrão, olha pro céu, meu amor, som de helicóptero faz roer, quando começada a correria, vê se não larga minha mão? vamos preparar a fogueira, o Luiz Gonzaga nas alturas rindo muito, havia balões no ar, os batuques de Olokum cruzaram todas as ruas de paralelepípedo, as pedras ancestrais, você nunca acerta o passo, não pode pisar no pé, cuidado com o pisoteio! encosta na parede de braços levantados quando eles vierem... só trazia a coragem e a cara, viajando no pau de arara... fogueira de lata, o nosso balão será que derruba helicóptero? o polícia gostou de mim, mas agora quer me bater, são rígidas as armaduras para não sucumbir ao canto da sereia, os meus peitos não te encantam? no Maracanã um grande belo rapaz temia o lado de fora, o polícia não transa comigo, mas saio saltitante com os índios resistentes, o bloco continua, chocalho na mão e Luiz Gonzaga lá cima rindo muito.