- Pois virar bicho, a língua portuguesa não ensina. Triste sina, Maria, essa de bicho metido a não ser bicho
- Se eu fosse bicho, me diria - morde, bicho, morde, todas as palavras de uma vez
- E mordia para desfazê-las em gotículas de cuspe, de agonia. Liberdade é palavra frustrada, continua a não dizer nada aos bicho sujo do quintal
- Pois trate de se jogar na lama e esfregar o corpo na tela do computador
Só assim se escreve poesia
- Só assim, mas no meu bairro não tem lama
- Pois rasgue a sua pele sobre o asfalto molhado e derrame o sangue sujo
*notas de um monólogo interior
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